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era maré - águas iniciais com Cabral

Era maré - ​Águas Iniciais com Cabral.

Laboratório biográfico, este projeto propões investigar as forças simbólicas, primitivas, arquetípicas a partir de uma vivência experimental afim de trazer uma imagem da pessoa em sua natureza essencial. 

A imersão vida Cabral expressou sua imagem, pessoa fonte de água, caindo bem do peito, como se dali saísse toda a água onde está envolvido, a concha espiral, sua cabeça, consciência múltipla.

“O ser voltado à água é um ser em vertigem. Morre a cada minuto, alguma coisa de sua substância desmorona constantemente (...) A água corre sempre, a água cai sempre, acaba sempre em sua morte horizontal.

(...) Desaparecer na água profunda ou desaparecer num horizonte longínquo, associar-se à profundidade ou à infinitude, tal é o destino humano que extrai sua imagem do destino das águas."  (BACHELARD - A água e os sonhos. 1998 ).

A escolha pelo estudo das águas primordiais no seu aspecto mítico parte da perspectiva de honrar a vida na sua célula primeira, mas também, de estudar seu poder de reconstrução e renovação e, consequentemente, da sua força de preservação. A água como simbologia, especialmente por sua relação com o nascimento da vida, com as iniciações, o fluxo, a morte e seu caráter renovador. Mas também as águas enquanto imagem atingem o campo da subjetividade e podem estar relacionadas à ideia de “sentimento” ou de “decantação”. O reconhecimento do “desfazer-se” como uma força reconhecida que emerge em oposição à força criadora.

 

"O título deste trabalho é composto pela junção de duas palavras. A primeira, “era”, está ligada à marcação temporal de um determinado período, de maneira a inseri-lo e destacá-lo na história. Paralelamente, é uma palavra que, por tradição, inicia diversas narrativas míticas, introduzindo a história a ser contada em um tempo e espaço distintos, como que atemporais ou primeiros. Já a segunda, “maré”, está relacionada às transições cíclicas das águas marítimas, sujeitas ao movimento dos corpos celestes e suas relações gravitacionais. A água como elemento físico maleável, aberto à influência de outros corpos, realizando movimentos que a colocam como parte de um todo maior, mas que, ao mesmo tempo, se faz parte constitutiva do nosso imaginário cultural, demarcando os ciclos. Ambas estão relacionadas ao tempo. Juntas, compõem um palíndromo." Marina Wisnik

 

 

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